Parece brincadeira, e de mal gosto, mas não é. Nós, brasileiros, pagamos nada mais nada menos que dez vezes mais pelo preço da banda larga que cidadãos de países desenvolvidos, segundo estudo divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Um estudo bastante abrangente, diga-se de passagem, embora o enorme gap revelado entre a disponibilidade de internet banda larga e o custo que pagamos seja esperado e não seja lá uma novidade (basta olhar em volta). Porém o que não deixa de assustar pela precisão dos números.
Segundo o estudo…
Enquanto na renda mensal dos brasileiros o gasto médio com banda larga no Brasil custava, proporcionalmente, 4,58% da renda mensal per capita de 2009, nos países desenvolvidos a mesma relação gravitava em torno de 0,5% –quase dez vezes menor, segundo os dados apresentados. Na Rússia, o índice caía para menos da metade no período, ou 1,68%.
O IPEA apontou ainda três fatores que contribuem para tamanha disparidade entre os preços praticados de banda larga entre países pobres e ricos:
- baixo nível de competição,
- elevada carga tributária,
- baixa renda da população
O Plano Nacional de Banda Larga, que prevê um acesso a internet por banda larga a um custo que gira em torno de R$30, ainda segue em discussão e deve vir somente em 2011. Seria de grande ajuda no sentido de democratização do acesso a um serviço tão básico para o cidadão do século 21.
Outros dados que são importantes considerar, conforme divulgados pelo estudo:
Segundo os técnicos do Ipea, o Brasil tem uma média de conexão de 1 Mbps (megabit por segundo), enquanto países como Japão e Coreia têm conexões de 100 Mbps. “Isso acontece por causa do uso de fibra óptica, que propicia velocidades mais altas”, afirmou Kubota.Na divisão por velocidade de conexão, 34% das residências têm até 256 Kbps, enquanto 20% apresentam conexão entre 256 Kbps e 1 Mbps. Outros 15% possuem conexões entre 1 e 2 Mbps. Conexões entre 4 e 8 Mbps ou acima disso correspondem a apenas 2% da população. Outros 23% não souberam responder as velocidades.
É uma situação vergonhosa para um país que quer ser destaque positivo em termos de desenvolvimento, um líder na América Latina. Ainda mais para um país que espera grandiosos eventos como Olimpiadas e Copa do Mundo.
Ademais, a internet é a esteira do desenvolvimento da educação no cenário mundial. Negar internet tambem é negar educação. Do que adianta enormes investimentos em Educação a Distância se não temos infraestrutura para atender a demanda?
Todo o investimento feito nesse sentido tem retorno garantido, afinal, com mais conhecimento disseminado e redução dos custos dos processos educacionais, teremos um povo mais preparado para os desafios do futuro, que por sua vez retornará com maiores contribuições para o desenvolvimento do país. É um ciclo fabuloso!
Quando teremos de fato um acesso a internet de forma decente, sabemos apenas na teoria, até porque os políticos costumam se empolgar um pouco mais em véspera de eleições. Cabe a nós tomar cuidado com os candidatos que iremos votar. Agora é a hora de ficar ainda mais ligado nos planos de campanha de cada um, conhecer suas prioridades…não ter medo de mudar, se preciso for.
Fonte: carreiradeti.com
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