O crescimento dos contratos de outsourcing de TI está reduzindo a importância do cargo de CIO. A afirmação é do consultor da consultoria A.T.Kearney, Antonio Almeida, que conhece bem essa função. Ele já esteve do outro lado como CIO da Klabin. Hoje, ao ajudar empresas na implantação de projetos de TI, constata que essa profissão já não tem tantos atrativos.
“O CIO está perdendo o glamour”, percebe o consultor, formado em Engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e com pós-gradução em Ciências da Computação pela Universidade de Michigan e MBA pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Almeira observa que em algumas organizações o Chief Information Officer, que era subordinado ao presidente, passou a se reportar ao executivo financeiro (CFO), que bate o martelo nos projetos. Essa mudança se deu, principalmente, com a pressão por redução de custos.
Outro fator que reduz o escopo do papel do CIO, segundo Almeida, é a disseminação da tecnologia, que desmistifica o tema, fazendo com que com executivos de outras áreas também o conheçam - mesmo que não na mesma profundidade. “Isso fez com que TI perdesse o monopólio das discussões sobre tendências tecnológicas e suas aplicações”, diz o consultor.
Muitos dos serviços antes internos estão sendo realizados por terceiros. Com esse movimento, Almeida chama a atenção dos CIOs para não se tornarem meros gerenciadores de contratos de outsourcing. O consultor discorda de que os diretores de TI estão perdendo espaço por falta de conhecimento de negócios.
“Há pelos menos 15 anos acompanho as discussões de que o novo CIO tem que ser ligado nos negócios”, afirma Almeida. Ele acredita que ter esse perfil só não basta. Em sua opinião, os executivos da área precisam ser políticos, algo que não é muito simples. O consultor destaca que é importante desenvolver essa habilidade, uma vez que tecnologia é uma área meio e não atividade fim dos negócios e em muitos casos é vista com algo que vai gerar custos.
Diante desse quadro, o consultor da A.T.Kearney percebe falta de interesse dos jovens para a carreira de CIO. Seu termômetro são as escolas de negócios pouco procuradas por profissionais que querem ser executivos de TI. Talvez, de acordo com ele, pela perspectiva no mercado e também porque o diretor de tecnologia da informação raramente consegue chegar ao topo e se tornar presidente de uma companhia.
Fonte: cio.uol
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